Tenho a melhor relação que poderia desejar com os meus ex-pseudo-sogros.
Sou presença assídua em casa deles, quase diária e tenho o à vontade que certos genros e noras não conseguem ter ao fim de muitos anos de convivência.
Nem sempre concordamos em todos os assuntos, mas nas nossas conversas não há temas tabus.
Temos ideologias políticas opostas, apoiamos clubes de futebol rivais, mas no final do dia o objectivo comum é o mesmo: o bem estar da minha filha e dos outros dois netos, para os quais este casal vive quase em exclusivo.
É muito natural existirem comparações entre os três miúdos.
O trajecto deles tem sido muito semelhante: a mesma ama, o mesmo colégio, a mesma escola primária, as mesmas actividades (excepção feita ao facto de a Carolina não praticar futebol), a convivência diária em casa dos avós.
Os primos da Carolina sempre me trataram por Bé. Nunca houve propriamente um relacionamento de tia/sobrinhos entre nós, o que não me impede de os chamar à atenção quando se justifica ou de ficar a tratar deles quando é necessário. Sempre evitei dar a minha opinião sobre algumas situações que considerei excessos, e que estando os pais presentes não faria sentido manifestar-me. Não gosto de fomentar controvérsias.
Hoje porém, fiquei surpreendida com um desabafo dos avós em relação ao neto mais novo, que aos sete anos, é o diabo disfarçado de gente. Perante o ar de desespero deles, acabei por apontar o dedo aos culpados: os pais da criança.
Estavam à espera do quê? O miúdo não se sabe comportar à mesa, não come, por vezes pragueja e a atitude dos pais passa por lhe dizerem apenas"Isso não se faz!!!!"
Da vontade de perguntar se acreditam que a repetição exaustiva dessa frase vai ter um efeito diferente do que tem tido até agora. Os avós sentem-se impotentes e preocupados. Eu também não vou fazer o papel de má nesta história só porque posso bem com a situação.
Filho meu, perante uma "queixa" destas teria um tratamento de choque. Mas o filho não é meu e da vida dos outros sabem eles.
Faltas de respeito e mau comportamento são inadmissíveis, seja qual for a idade.
Cabe aos pais "arrancar" estas ervas daninhas que se mostram cada vez mais frequentes nos putos de hoje.
E nem me venham com a treta de que alguma severidade pode traumatizar as criancinhas, que isso é pura bullshit... (mas este tema fica para uma próxima oportunidade).