Havia horas para tudo. Para comer, para brincar, para dormir e até para acordar.
Claro que também havia períodos definidos para estudar.
Devíamos fazê-lo em silêncio. Os únicos sons possíveis eram o virar das folhas, o rabiscar do lápis no papel e de vez em quando o tossicar de alguém.
O estudo em grupo era quase proibido. Potenciava a distracção de quem neles participava e o resultado ficava sempre aquém do pretendido. Deus nos livre de comentários divertidos enquanto se estuda!!!!!
Havia quem tentasse tirar proveito destas horas para pôr outras leituras em dia (a literatura clandestina de então faria corar todas nós, de tão naïf que era...)
Nunca fui assim tão corajosa, por isso acabei a tirar o máximo proveito da situação. Aluna com boas notas que por vezes era dispensada de testes porque estudava a matéria por antecipação. Transformei-me numa verdadeira marrona! Estudar era a minha razão de viver. Até a roupa, o penteado e os óculos ajudavam a compôr o modelito.
Falo disto hoje, porque a Carolina é precisamente o oposto. Não mostra qualquer interesse em estudar mais do que o necessário.
Preocupa-me esta postura. É demasiado limitativa. É uma má opção assumir que o que consideramos suficiente, satisfaça as exigências de outros.
Ser razoável não faz parte das escolhas possíveis. Ser bom é o ponto de partida. Ser óptimo permitirá fazer a diferença.
Dou por mim a "obrigá-la" a rever uma vez mais os apontamentos para o teste que vai ter esta semana. Com o ar mais insatisfeito do mundo, dá a mesma resposta: "Mas eu já sei isto que aqui escrito!"
E sabe, porque respondeu às perguntas que lhe fiz correctamente. Eu, aprendi o que é um mapa hipsométrico.
Não gosto da forma como ela relativiza os estudos.
Erro meu?
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