Seja pela manhã ou ao final do dia, há sempre tempo para uma chamada rápida.
Entre um olá e um beijinho falamos de trivialidades, pequenos assuntos sem importância ou sobre questões que requerem a intervenção de uma das duas.
Percebe se estou cansada, se acabei de acordar, quando estou eufórica e quando algo não está bem comigo, tudo isto em menos de dez segundos de conversa.
É me impossível fingir um estado que não seja real, pelo menos ao telefone com ela.
Um dia sem ligar e o alarme maternal dispara.
Adio muitas vezes certas conversas, precisamente por não me sentir preparada para lidar com certas emoções.
E de cada vez, ouve-me. Conforta-me. Aconselha-me. Espera que eu pare de choramingar. Elogia-me.
Lembra-me que para além de ser mãe, continuo a ser filha. Que uma realidade não excluiu a outra.
Eu finjo estar bem e ela finge acreditar. No dia seguinte repetimos. Todos os dias até ambas estarmos cientes de que é finalmente verdade.
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