Não existe sensação de maior impotência do que aquela que se sente quando perdemos algum familiar.
Acontece independentemente do grau de proximidade, mas torna-se quase impossível de lidar quando se trata dos nossos pais.
Primeiro é a incredibilidade, seguida da tristeza disfarçada pela dor: depois chega a raiva e a vontade de nos isolarmos. As lágrimas esgotam-se e racionalizamos a nossa insignificância, perante uma batalha já de si vencida, ou não fosse o adversário a morte.
Cresci mais de metade da minha vida (passaram 24 anos) com esta experiência guardada num cantinho da minha memória, uma ferida sarada, uma marca profunda. Com o olhar de outros questionados por uma curiosidade entre o mórbido e o assustador. Todos receamos perder alguém. E passar por lá não nos torna mais fortes. Continuo a não ter palavras que soem a conforto se precisar de as dizer a uma amiga, como aconteceu hoje.
Apenas sei que aqueles que amamos terão sempre uma vida eterna nos nossos corações.
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