Say goodbye

É por vezes muito difícil dizer adeus.
Mesmo que se diga até à próxima sabendo que não vai acontecer.

Tremeliques

A vida tem destas coisas.
Faz-me sorrir e ter vontade de chorar.
Faz-me correr e ter vontade de dançar.
Seja por um abraço amigo, por uma dor sentida.
Seja por atraso ou porque sim.
São emoções que se colam ou caem no chão.
São horas, dias, sei lá....são vocês....amigos do coração.

Bulímia emocional

De tempos a tempos, esta ideia volta a mim. E hoje estou mais convencida do que nunca.
Das outras vezes, alguém se encarregou de me fazer mudar de opinião, mas desta não me parece que seja o caso.
Os sinais são perfeitamente identificáveis.
Primeiro devoro todos os momentos, saciando-me com a sua existência, independentemente do seu significado. A quebra de um longo jejum imposto por uma manipulativa agressividade do meu cérebro que bloqueia as emoções.
De seguida, os tremores. O mal estar. Quero deitar tudo fora. Fazer tudo desaparecer.
A justificação racional: a noção do erro, do exagero. O processo é o mesmo de sempre.
Recupero e digo a mim mesma que é a última vez. Mas no fundo sei que vou voltar a fazê-lo.

Sadness

Lágrimas querem explodir.
Tudo à volta parece abrandar.
Apetece-lhe fugir.
Apetece-lhe parar.

Vira a cara à dor.
Sorri docemente.
Sente o fervor.
De um beijo inocente.

Dialogue

"When he sat down next to me,
it was so clear
We weren't each other's style
that it wasn't even weird.

And since there was no vibe,
We just started talking
without thinking anything,
and then I don't know
what happened.

It's a bad idea
with this girl.
What am I saying?
She's not a girl.
I have no idea
how old she is,
but she's not a fucking girl.

Why am I walking
30 blocks to this bar?
I'm not in a good space
for this.

Yeah, she was beautiful.
Yes, she had a great body,
and she's smart.
Was she even drunk?
I don't even know.
I don't even know what she was.
Does it really matter?

Ow. Am I imagining things,
or is my dick itching?
No, no, no.
It's just these pants.
They always rub me
the wrong way.

God, that was sexy.
It was beyond sexy.
I felt like I was in
a damn Bertolucci movie.

What is wrong with me?
Why am I so fucking nervous?
This is ridiculous.
Let's just get in."

Amigos

É quase impossível não criar vícios de escrita, nomeadamente no Facebook.
Seja porque sentimos a urgência de divulgar algo, seja pela possibilidade
de alguém colocar um post em simultâneo e o nosso comentário deixar de fazer
sentido.

Recentemente, um amigo meu (um amigo muito atento) mencionou o facto de grande
parte das mensagens que me são dirigidas incluírem a palavra amiga, ou 'miga',
ou amiguita e outras versões do mesmo. Quer o façam no início, no meio de uma
frase ou até na despedida.
Nunca tinha reparado nisso, até agora.
Mas de facto comprova-se.
Não sei porque acontece. Não sei se é uma forma de enfatizar a relação de
amizade, se é uma demonstração da proximidade que existe para além da comunicação
virtual,mas não encontro uma explicação lógica para que aconteça.

E como tudo aquilo que existe e não tem relevância até que nos chamem a atenção para tal,
agora é impossível não reparar.
O que me faz sorrir.
E na realidade, adoro que o façam.

New meets the old

This time is for real.
Don't know how is going to work, but I'm a little scared.
New game, new rules.
Well...let the dice roll.

Fantasias

Olhei, e que vi?
Uma brecha no tempo. Cede-lhe.
Entrega-te a essa ideia de felicidade.
Deposita a seus pés teu orgulho ferido.
Deixa que te abrace e que te esgote, sacia-te.
O sol vai alto, podes acordar.

Devaneios

Tu, indiferença ensurdecedora que me provocas uma revolta no âmago.
Tu, desejo premente que me manténs cativa de uma imagem.
Hoje, fujo de vós... contrariada.
A ansiedade é gritante, quer uma desistente, enfraquecida.
A expectativa é uma adicção e quer uma lutadora.
Amanhã, entrego-me a vós...rendida.

A pair of socks

As minhas meias foram superadas pelo efeito de umas madeixas liláses e umas unhas pintadas de encarnado (refiro-me a duas pessoas diferentes).
No primeiro caso, se há alguém a quem poderia ficar bem o corte e a cor, só poderia ser ela, sem sombra de dúvida. Única no seu estilo muito próprio.
No segundo, por se tratar de algo arrojado para uma mãe de três, que se diz muito pragmática. De facto, mas a sensualidade está latente e começa agora a despontar.
Há dias em que é bom ser-se ofuscada por outras mulheres.
Hoje é um deles.

Teorias do Paladar

Por questões meramente casuais, o almoço foi partilhado com um colega espanhol cujo esforço por falar portunhol tem de ser reconhecido.
A conversa derivou para as capitais europeias e as diferenças entre as várias nacionalidades.
Estando em desvantagem por não conhecer tantas como ele, aceitei de bom agrado ouvir a opinião sobre o assunto.
Aqui vai:
os espanhóis gostam dos franceses,
os franceses gostam dos ingleses,
os ingleses aceitam os espanhóis,
os espanhóis gostam dos portugueses,
os portugueses gostam dos franceses,
os franceses não gostam dos alemães,
os alemães gostam dos do sul, portugueses e espanhóis,
os espanhóis não gostam dos italianos,
os italianos não gostam de ninguém.

No final, apenas pensei: gosto do que sou.

Facebook

Já muito se disse e escreveu sobre o assunto.
Apenas comecei a lidar com o fenómeno há uns quantos meses.
No início tive dificuldade em perceber o histerismo e o fascínio
pelo conceito.
Hoje, como tantos outros (assim espero), estou a tentar libertar-me da minha
dose diária facebookiana.
O grau de narcisismo que tenho atingido assusta-me.
O voyeurismo ganha quase contornos de perseguição.
Pode ser a nova Caixa de Pandora.

Domingo

Coisas que adoro neste dia:

- tomar o pequeno-almoço sentada
- andar de pijama
- sair da cama directamente para o sofá.

Fim de semana!!!!!!!

Com esta chuva, só apetece mesmo ficar por casa e adormecer a ouvir A good dream.
Não me canso dela.

Run...run

O meu momento de libertação diário.
Ao final do dia, ao anoitecer, antes da chuva cair.
Um novo vício.

Entre margens

Atravessar o rio diariamente para trabalhar é um hábito.
A diversidade do tempo entre margens é um desafio.
Hoje foi a primeira 'molha' deste outono.
E só não foi pior porque se compram guarda-chuvas em quase todo o lado por apenas cinco euros.
Ainda bem que é pequenino, pequenino e cabe na maior parte das minhas malas.
A escolha das botas é que não correu muito bem. Camurça (aquele material que supostamente nunca deve ver chuva....pois).
Da próxima estarei preparada. Pelo menos acredito que sim.

Regresso às origens

Raramente penso em voltar.
Sinto dificuldade em correr num lugar onde o ar é puro.
Sinto que é bonito dizer-se bom dia a quem passa mesmo sem conhecermos a pessoa em questão.
Sinto falta de passar mais tempo com as amigas que apenas encontro lá.
Sinto alegria nas noites passadas a recordar as loucuras da adolescência.
Sinto-me deslocada.
Sinto que já não encaixo.
Sinto quase receio.
Sinto curiosidade pelo novo e carinho pelo antigo.
Sinto nostalgia na hora de partir.
Um turbilhão de sentimentos.
Algo me diz que preciso de voltar.

Improvável

Esta semana tem sido de facto produtiva em argumentos para futuras longas metragens.
No trabalho, com os amigos, não sei o que se passa.
E a semana ainda não acabou.
Sem explicação. Difícil de transcrever. Só vivendo os momentos.
Um verdadeiro filme.

Alemanha

A tradição cumpriu-se.
O Benfica não conseguiu ganhar.
O resultado final foi justo.
Erros infantis na defesa, oportunidades perdidas no ataque.
Perante os factos, para quê falar de argumentos?
Alma benfiquista magoada.

O piano

O que pode haver de comum entre jogos de futebol e um piano?
Aparentemente nada. Mas há.
Sempre que é dia de futebol na TV (e não importa o campeonato, nem o canal), a minha vizinha de cima toca piano.
90 minutos seguidos, sem interrupções.
De início até parecia engraçado, até que a escolha recaíu na marcha nupcial...Aaaaahhhhhhhhhh
Isso mesmo, hora e meia! Nem queria acreditar no que me estava a acontecer.
Agora é simples.
Vejo futebol com o volume no máximo.
Continuo sem saber que outros títulos fazem parte do seu reportório.
Optei pelo risco da ignorância nesse campo, a favor de uma surdez precoce.

Acabou, este verão.

No calendário das estações, o verão já terminou.
Tenho muita dificuldade em aceitar este facto apesar de conceber de forma racional a sua existência.
O verão parte de mansinho sem sequer se despedir.
Troco o meu pijama de calções às bolinhas por um de calças aos quadrados.
É então que me convenço: o tempo mudou e o outono finalmente chegou.

Bret Easton Ellis

Menos que Zero, há cerca de uma década atrás teve um efeito cativante, não pela história em si, mas pela forma crua como é descrita. A palavra inconsequência reina. Não importa se o amanhã virá, porque o objectivo de hoje é viver.
Psicopata Americano, choca pelo excesso de violência e atitudes sádicas da personagem principal. Coerente na ausência de qualquer emoção, excepto o narcisismo exacerbado de Patrick.
Lunar Park, confunde-se com o olhar sobre uma lua cheia, por vezes encoberta por nuvens que passam; tal e qual a miscelânia de ideias que vão decorrendo, entre um sonho menos bom e uma realidade da qual se quer escapar.
Quartos Imperiais, revelou-se uma decepção. 25 anos após o primeiro, procuramos saber o que é feito dos seus intervenientes. Uma narrativa oca. O protagonista é um farrapo, um mero figurante na sua própria história.

Vermelho não! Encarnado.

A não ser que se esteja a falar do Capuchinho Vermelho ou da Cruz Vermelha, a palavra correcta deve ser encarnado (a).
Tendo em conta o número de vezes que a utilizo e que me justifico sobre a mesma, a explicação é simples: vem descrita em alguns livros.
E depois é daquelas coisas que não conseguimos evitar.
Eu não consigo.
Por isso digo "Vermelho não! Encarnado."