A ideia de que sempre iremos conseguir proteger os nossos filhos de todos os males que existem no mundo, desde o momento em que nascem, é deitada por terra, normalmente pela ocorrência de pequenos acidentes. Pelo menos, no meu caso foi pequeno, sem grandes consequências ou traumas.
A tentativa de ser uma super-mãe terminou no momento em que entrei na sala para jantar e a Carolina olhava para mim muito descontraída, com sangue a escorrer abundantemente pelo nariz e sem sequer ter dito um ai.
A minha preocupação foi evitar que ela visse o estado em que estava, enquanto eu tentava não sofrer uma quebra de tensão e desmaiar, o que normalmente acontece quando vejo sangue de outras pessoas. Neste caso, talvez porque o sangue é também um pouco meu, ou assim o sinto, sobrevivi.
Ainda hoje não sei o que aconteceu. Suponho que tenha batido com o nariz na cadeira, porque foi uma questão de segundos, no máximo um minuto. Fui buscar guardanapos e quando voltei este era o cenário.
Passado o susto e reflectindo sobre o acontecimento, olhando para ela enquanto brincava como se nada tivesse acontecido, percebi, que outros minutos viriam e que eu não estaria lá ou mesmo estando, estamos sujeitos a uma série de acontecimentos que não podemos controlar. Provocados por terceiros ou por nós. Situações incontroláveis.
Não vejo isso como uma falha no papel que tinha determinado para mim, mas permitiu-me compreender que a tentativa de a proteger de tudo seria uma derrota no meio de várias batalhas que ainda estavam por ser travadas, sem saber quando teria de passar por elas.
Isto possibilitou-nos exibir uma atitude mais relaxada no dia-a-dia, em casa e lá fora.
Nunca sem advertências. Apenas sem fobias.
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